sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Desenhos... Destino...

    Quando você chegou eu era uma confusão... enterrava problemas, camuflava solidões, disfarçava em sorrisos o vazio que me dominava... Foram tantas máscaras que quase acreditei naquilo que não era, que não sentia...
    Então você apareceu... e não fez nada... não mudou nada... foi mais um como vários que conheci e nada significaram... Mas as coincidências te trouxe pra mais perto... muitos encontros que até então nem me lembrava quando e porque tinha te conhecido... Até que um foi decisivo... Encontro esse que pregou bem lá no fundo da minha mente quantas vezes o acaso nos cruzou sem que nada mudasse...
    Tentei me controlar, não viajar em ilusões que distorcesse o fato que foi uma vez só, uma noite e nada mais profundo do que a carne... Não passaria disso, você deixou sutilmente claro quando se despediu aquela madrugada... Mesmo segurando qualquer impulso eu deixei que minha mente brincasse pelos talvez... pelos "e se..."
    Quando nos cruzamos mais uma vez pelo acaso (com a ajuda de nós mesmo dessa vez) foi um suspiro do irreal podendo acontecer... Mais uma vez após a despedida da madrugada tentei me conformar com o carnal... nenhum envolvimento além daquele seria possível e o tempo que se passou após foi bem claro... Era preciso esquecer... deixar rolar... fazer com que o tempo apagasse qualquer tentativa de ilusão... Quando quase venci o destino resolveu me sacanear e trazer você... aquele que nada tinha mudado pra mudar tudo... Pra ser aquela falsa esperança que não me deixa dormir ou seguir em frente...
    Foram muitos acasos... Muitos encontros não planejados... Como não encarar isso como um aviso divino do universo nos dizendo que era preciso ir mais a fundo... Aprofundar laços além da carne... Além do que eu poderia supor... Expectativas já cresciam sozinhas sem qualquer incentivo ou alimento... Era muito pra deixar morrer... eu não podia... não posso...
    Mesmo em pedaços de confusão, sem saber o que sentir hoje você e o universo significam algo... Um apego excessivo... Paixão... Carinho... Não sei rotular... só sei que é mais forte do que eu queria que fosse... Como abrir mão de tanto mistério? Tudo tão excitante e desesperador... É o novo... que move minha curiosidade... Tudo isso... Só isso é você... Aquele que não mudaria nada, não significaria nada... Significou tudo... Mil batidas a mais no meu coração... Noites mal dormidas...
    O acaso não me permitia desapegar... mas como não fugir da ilusão? do pessimismo? da realidade que sabe ser muito cruel?
    Você deve seguir muito alheio a tudo que penso e sinto... Mal deve saber de nada... Não consigo dizer te... Demonstrar por palavras, gestos... Nada... Bloqueio... Mascaro... Finjo... Não olho... E uma vez alheio... Uma vez indiferente a vida segue... outros acasos lhe vieram... Outras te mudaram... te fizeram tentar enquanto eu fui aquela que nada foi... nada é... Natural...
    A realidade veio e mostrou que o desapego é preciso... que o acaso nem sempre é destino... que destino nem sempre quer dizer algo... nem que será algo... simplesmente passa e nos prega peças... e nos deixa assim... Com nada mais que ilusões e expectativas falsas que não irão se concretizar...
    E tudo volta ao normal...
    Sou uma bagunça maior... Uma confusão que agora não sabe enterrar problemas porque não há mais espaço... que não camufla ou disfarça nada porque perdeu essa capacidade com você... Que não sabe que máscara colocar porque não sabe mais o que tem por trás delas...

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