terça-feira, 1 de novembro de 2011

Insegura eu?


    Nunca fui do tipo de menina que agradasse a grande maioria dos garotos... Verdadeira; linguaruda; direta; sarcástica; corrosiva; meio gordinha sem cintura; cabelo cacheado torto e armado; extremamente tímida...
    Não fazer parte de um padrão quando você tem 13 anos é extremamente cruel... Sofri bullying... Rejeições... Eu me rejeitei... Como reflexo me fechei... até com amigos... Criei muros, muralhas a minha volta por achar que meus problemas eram insignificantes para as pessoas ouvirem...
    Gostava de garotos e os imaginava muito distantes de mim... e no final eles sempre riam da minha cara quando ficavam com as minhas amigas ou com as mais populares da sala... aquelas dentro do padrão de beleza...
    Esse muro foi crescendo, virando abismos de solidão... Ninguém mais me alcançava... E a insegurança fazia parte do pensamento diário... Por muitos anos foi o silêncio e a fantasia que me ouviam... o pessimismo era o único amigo que eu tinha... Minha realidade era fria... Por baixo das cobertas só me restava a ilusão que seria quebrada sempre que o distante abismo se tornava mais profundo...
    O primeiro beijo, aquele que geralmente é meio besta sempre foi super valorizado porque não tinha acontecido ainda... A vergonha vinha disso, enquanto as amigas já relatavam namoros eu nem sequer tinha beijado... Aos 17 anos ele veio, meio sem querer com um estranho que não sei o nome até hoje... Com o tempo fui me tornando mais e mais exigente porque se nada acontecesse nada podia me decepcionar... A verdade absoluta era que eu morreria sozinha e assustada...
    Com o tempo fui me conhecendo... Usando máscaras para evitar a verdade... Me tornei a mais engraçada do grupo pra não ter que mostrar meu lado triste... Nunca aceitei elogios porque nunca achei eles verdadeiros, se eu não enxergo, porque você enxergaria?... Comecei a rir com facilidade pra não ter que chorar e evitar perguntas... Nunca acreditei no amor porque ele nunca existiu pra mim... Sem querer virei a amiga... nunca aquela que vira a namorada...
    O tempo foi me tornando menos dura, mais forte e experiente... Mesmo assim tudo aquilo da pré adolescência estava ainda em mim... Está...
    O ciúmes não é algo que me pertence... é um tanto bizarro alguém tão insegura e fechada não ser... mas não me pertence, nunca me pertenceu... Sei a força das amizades independente do sexo e convenhamos... ciúmes nunca impediu ninguém de trair...
    Sempre soube - não sei como - separar a minha insegurança do ciúmes... Não é isso que me atinge... a realidade me detrói muito mais...
    Esse abismo entre eu e todos os homens ainda é imenso... ainda conservo aquela menina que não acredita que um garoto possa gostar dela com todas as suas imperfeições... Quando algo acontece... quando gosto de alguém e ele não gosta de mim tudo volta... Muito maior e muito pior...
    Esse medo é crescente... Me expôr é muito difícil... Estar vulnerável... não sei ser assim, não posso ser assim, não aprendi a ser assim...
    A independência foi exigência das circunstâncias... Olhos são muito profundos... Por isso os evito...
    Insegurança é a maior parte de mim... A parte dominante quando se trata do coração...

7 comentários:

  1. super direto e verdadeiro o modo como vc expõe suas ideias e sentimentos no texto!

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  2. nossa...! eu não te conheço e vc não me conhece, parei aqui por acaso, mas vc acabou definindo a minha vida e o que sinto tbm!

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  3. Nossa!!! Que forte isso!!!
    Bom ver que alguém se indetifica com o que eu passei, que passou por coisas parecidas! Espero que você tenha superado e se superou mesmo me conta... qm sabe eu consigo também!

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  4. então...acho que continuo na mesma que vc heeheh...insegura forever!

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  5. Huahuahuahuahuahuahuahuahuahua!
    É... insegura forever... Viver, experimentar a vida me deixou um cadinho mais forte... mas a insegurança segue em fases, fases mais fraca, fases mais forte... Tento não deixar ela me dominar (como se isso fosse possível)... A questtão é - a parte mais difícil - se ver completa e capaz de conquistar alguém ou algo sem se diminuir... Quem sabe um dia a gente consegue...

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